Passada uma semana do show do MUSE, acho que já tenho o devido distanciamento obrigatório aos historiadores para comentar o SHOW (em letras maiúsculas mesmo). Show que, aliás, tinha tudo pra dar mais do que errado, os motivos serão descritos no decorrer do texto.
O ingresso foi adquirido num momento de irracionalidade, depois me arrependi de ter gasto o dinheiro e fiquei remoendo um tempão. Outro fator era ir sozinho num lugar que eu nunca tinha ido.No dia do show estava sem vontade nenhuma de ir, isso é normal sempre que se aproxima um show perco a vontade de ir, vai entender, deve ser alguma doença.Medo do mundo público alguns dirão...
Ir até o HSBC Brasil, local onde ocorreu o show, é uma tarefa ingrata, depender do 156 e da SPTrans pra chegar até lá faz com que o lazer na cidade de São Paulo se torne um castigo aplicado as piores criaturas do mundo. A Odisséia começou quando liguei no 156 da SPTrans para ter uma idéia de onde ficava o HSBC, fui informado que próximo do número 17.000 da Av. Nações Unidas e bastava pegar um ônibus na Av Brigadeiro Faria Lima. Imprimi todo o percurso do ônibus e fui acompanhando rua por rua até chegar perto de onde deveria desembarcar e perguntei pro cobrador etc. Resultado, desci no lado oposto Rio Pinheiros ao que eu deveria descer. Tive que pegar outro ônibus pra voltar e pior ninguém sabia onde ficava o HSBC. Me estressei e peguei um táxi até o local e descobri que seguindo o 156 desci no número 20.000 da Av. Nações Unidas. Entrei no HSBC me alojei num ótimo lugar onde conseguia ver bem o palco e o show, mesmo assim ainda estava apreensivo preocupado com o horário pra voltar.
Outro fator de estranhamento foi o fato das inúmeras camisetas do Iron Maiden, faziam pelo menos uns 4 anos que eu não via tantas camisetas de bandas de METAL....comecei a ficar apreensivo e me arrepender mais ainda....Na abertura ainda tive que agüentar um tal de Jay Vaquer, que eu não via a hora de acabar por que não queria que o show do MUSE atrasasse, mas atrasou.
22:25hs, o show estava previsto pras 22:00hs, começou a tocar uma marcha de música clássica que lembrava a trilha do Darth Vader, a banda entrou no palco e começaram a tocar “Knights of the Cydonia” com o público fazendo corinho de Metal “ooooooo”, pensei comigo, “meu deus é um show de metal mesmo”, mas classificar o Muse como banda de metal é muita injustiça perto do som que a banda faz. Felizmente na própria “Knights of the Cydonia” o show da banda me conquistou completamente.
Na parte:
“No one's gonna take me alive
The time has come to make things right
You and I must fight for our rights
You and I must fight to survive”
as frases apareciam num telão de altíssima definição (disponível no link abaixo), simplesmente hipnótico.
A partir daí foi uma seqüência de músicas fantásticas, todas as que eu gostava, o Set list foi praticamente perfeito e a presença de palco da banda somada ao telão e aos efeitos especiais foram fantásticos, teve até cortina de fumaça em “Butterflyes and Hurricanes.”. Porém nem tudo é perfeito eu precisava voltar pra casa e fiquei preocupado com o horário, então as 23:45 comecei a me preparar pra ir embora e me dirigi até a porta do HSBC, crente que eles tocariam “Plugin Baby” no Bis, mas não foi o que aconteceu quando eu estava saindo escutei os acordes iniciais e pude voltar pra pular nessa música também foi ai que percebi que estava num show histórico, começaram a cair bolas enormes e cheias de papel picado do teto.
Saldo da noite um show perfeito se eu tivesse ficado até o bis, liguei umas 15 vezes no 156 da SPTrans e ainda as 0:45hs no ponto de ônibus foi assediado sexualmente por um senhor de quase oitenta anos.
Depois do show voltei a escutar o MUSE com força total, e essa “Knights of the Cydonia” não sai da minha cabeça pelo começo apoteótico que foi o show. O MUSE consegue flertar com Metal (sic), com a música clássica, com música dance e com o chamado Indie Rock demonstrando grande habilidade e o show tanto visual quanto musicalmente é perfeito. Tenho alguns “tiques” e faço algumas associações “estranhas”¹, quase teorias da conspiração, em relação a músicas e bandas uma que posso fazer em relação ao Show do MUSE, que é até tosca, achei interessante o fato deles começarem o Show com a última música do “Black Holes and Revelations” e terminaram justamente com a primeira música desse álbum.A foto que iliustra o post foi retirada do pessoal da comunidade do MUSE e o link do video de Knights of Cydonia.
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1- Os demais “tiques” provavelmente aparecerão em posts futuros.